terça-feira, 26 de julho de 2011

Amy Winehouse

Não sabemos o que pode uma voz....

Com quais afetos ela se implica... com quais mundos ela se compõe...

Solta... Livre.... ela vai seguindo sua trilha...

Desconexa trilha...

Caminho sem acostamento e retorno... tênue linha entre o seguir ou o se jogar

Não há meio termo.... Não há paráfrase

Entre um gole e outro

Entre um sexo e outro.... criação

Entre Ela e si-mesmo.... abissal geometria da des-razão

O que pode uma voz contra a tirania da moral?

Contra a tolice.... Contra os maneirismos da convenção....

E deparamo-nos com um déjà-vu...

Uma repetição de morte sobre morte.... (Joplin, Morrisson, Cobain, Eller, Ella, Maysa, Elis, Hendrix, Amy... e outros... outros... outros...) Talvez nós, um dia?

De uma literatura escrita pela via trágica da insuficiência... da ausência

A voz foi insuficiente... o texto foi insuficiente... o som foi insuficiente...

Sensível diluição da vida... que escorria lentamente pelo tempo molecular dos segundos...

Não há mais possível...

Só esgotamento. Cansaço.

E assim... num gole e outro... num pico e outro...

Numa lágrima que escorre silenciosamente por uma face marcada pela impaciência...

Um último ar passa pelos pulmões... Um último líquido arrefece a dor...

Por um caminho que jamais retornará...

Amy, uma vida...

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